Ontem à noite, em uma de minhas inscursões ao lado obscuro de minha alma, em lágrimas, busquei mais uma vez auxílio no livro O Caminho Sábio de Roberto Otsu. Tenho por prática tirar cartas de tarô ou abrir um livro de mensagens espirituais em qualquer página, em busca de resposta ou serenamento. Preciso dizer aos mais céticos que sempre encontro o que preciso nessas leituras. Se não consigo tirar do homem a palavra de consolo; se não posso eu mesma dar um basta à inquietação... por que não ouvir dos livros e da simbologia das cartas o que é preciso ser ouvido?
Novamente, encontrei a resposta certeira, implacável, que me balançou ao dizer: "Deixa de ser tonta".
Creio que poderá ser útil a todos que me acompanham.
A RAIZ DA REALIZAÇÃO ESTÁ OCULTA NO CONTRÁRIO
"A flor de lótus é muito apreciada no Oriente. Não só por sua beleza, mas porque é o símbolo da pureza que se preserva mesmo em um ambiente sujo. O lótus cresce nos pântanos, em águas lodosas, sujas, mas mesmo assim seu tubérculo tem uma polpa muito branca e sua flor desabrocha com candidez acima da superfície da água. a flor de lótus indica que a pureza nasce da impureza - ou que da impureza surge a pureza.
O pensamento oriental se baseia no princípio de que tudo gera o seu oposto e tudo nasce do seu oposto. Assim, o dia nasce da noite e a noite surge do dia. Esse princípio também indica que tudo vai em direção ao seu contrário e que tudo desperta ou estimula o seu oposto. Dizendo de forma mais simples, toda ação gera uma reação, ou seja, toda ação gera uma ação em direção contrária.
Essa dinâmica explica porque quanto mais se proíbe, mais as pessoas se rebelam; quanto mais impostos se criam, mais as pessoas sonegam; quanto maior a superproteção, mais despreparado será o filho; quanto maior a assepsia, menor a resistência do organismo. Quando não se conhece esse princípio, ocorrem muitas decepções. Parece que as coisas não funcionaram como havíamos planejado. Buscamos ansiosamente o sucesso e fracassamos. Buscamos ansiosamente a felicidade e ficamos infelizes. Buscamos ansiosamente a união e a pessoa se afasta.
O problema é que procuramos o resultado imediato e não respeitamos o processo natural. Para os mestres, o pior caminho é controlar e forçar a situação. E, obviamente, o melhor caminho é se desprender e deixar que as coisas simplesmente aconteçam. Se tiverem de acontecer."
OTSU, Roberto. O Caminho Sábio. São Paulo: Editora Ágora, 2008. p. 149
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