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Sou doutora em Literatura. Escrevo há mais de 15 anos, mas sem disciplina. Sou aquela escritora que se guarda para o futuro, à espera de um grande acontecimento. Sinto que chegou a hora. É com retalhos e epopeias que me inventarei - com pequenos e grandes eventos - com fragmentos e grandes feitos - serei a tecelã de uma história e a sua heroína. Serei Penélope e Odisseu. Me acompanhe nesta viagem! Colunista da seção de Escrita Criativa na comunidade literária Benfazeja. Livros publicados: FLAUIS (2010) e RETALHOS E EPOPEIAS (Editora Patuá, 2012). Mais sobre mim em meu site oficial

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05 fevereiro, 2011

MODO DE USAR - Marcos Siscar

           

       Sinceridade não vai bem em prosa. Só o verso lhe dá abrigo. Do verso se espera o teatro da sinceridade, mostrar-se nu como quem mostra a nudez de um outro. É o véu e o fetiche da sinceridade. A prosa sincera é imediatamente indecente, como o tímido que é pego nu.  Não se escreve prosa com o coração, a menos que a inteligência o cubra de protocolos. A prosa quer ser moeda de troca. O verso se torna a prosa da poesia quando se nutre da fidelidade à experiência ou da impessoalidade programada; do salvo conduto da isenção. (Vou lhe contar um segredo. Hoje em dia, é preciso coragem para escrever um verso sincero.) Já a simplicidade vai bem em prosa. Cabe no canal da prosa o fluxo raso da prosa do mundo. A prosa aceita conduzir ao coração solar da realidade, constatar, relacionar, afirmar sentenciosamente. Apenas para o verso a inteligência é indecente. Há prosas frias, ponderadas, alusivas, irônicas, embriagadas. Mas a prosa não aceita engodo ou gramática alternativa. Na prosa, assim como no câmbio, não se mexe. Só o verso consegue às vezes dar um nó na gramática da prosa. Moral da história: não há verso simples, apenas prosa subvertida.

SISCAR, Marcos. O roubo do silêncio. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.

          O texto apresentado é de autoria de meu orientador de doutorado na UNESP (hoje professor da UNICAMP), poeta de extrema qualidade e importância na literatura contemporânea. Abaixo, o vídeo mostra sua participação no programa Entrelinhas daTV Cultura:



6 Comentaram. Deixe seu comentário também!:

GIL ROSZA disse...

Hum que delícia de texto o dele! Adorei isso: “Apenas para o verso a inteligência é indecente”. Tenho uma série de poemas desaforados que chamei de “Versos proscritos são subversos” uma hora que minha autocensura tiver distraída posto alguns. Bjos.

CAROLINA BERNARDES disse...

Ah, Gil, não esconde o ouro, não! Posta unzinho lá pra mim! rsrsrs Beijos

Roseane disse...

Realmente, nos versos se expressa a sinceridade. Justamente porque nos versos, se expressa mais claramente a subjetividade das pessoas.

Tem selo pra vc no blog. É igual ao que recebeu, rss, mas lembrei do Retalhos para repassar.

Abç!

Anônimo disse...

Olá, Carolina. :)

Não conhecia o trabalho desse grande poeta. Maravilhoso! Bebi cada palavra como quem bebe a água da mais pura nascente, depois de andar quilômetros debaixo de sol quente. :)

Fantástico!
Grande beijo.

PS: Tem um mimo para os amigos blogueiros lá no blogue, tá? Passa lá depois. Afinal, o seu blogue enche de cores os meus dias... :) Beijinho

Anônimo disse...

Sim, Carolina, é aquele mesmo! :)

Beijinho

CAROLINA BERNARDES disse...

Roseane, obrigada pelo selo! É muito bom saber e sentir que o Retalhos foi lembrado!

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  • A vida e as opiniões do cavalheiro Tristam Shandy. (Laurence Sterne)
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  • Crime e Castigo. (Dostoiévski)
  • Folhas de Relva. (Walt Whitman)
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  • O casamento do Céu e do Inferno. (William Blake)
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  • O Perfume. (Patrick Süskind)
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  • Poemas Completos de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
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