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Sou doutora em Literatura. Escrevo há mais de 15 anos, mas sem disciplina. Sou aquela escritora que se guarda para o futuro, à espera de um grande acontecimento. Sinto que chegou a hora. É com retalhos e epopeias que me inventarei - com pequenos e grandes eventos - com fragmentos e grandes feitos - serei a tecelã de uma história e a sua heroína. Serei Penélope e Odisseu. Me acompanhe nesta viagem! Colunista da seção de Escrita Criativa na comunidade literária Benfazeja. Livros publicados: FLAUIS (2010) e RETALHOS E EPOPEIAS (Editora Patuá, 2012). Mais sobre mim em meu site oficial

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20 janeiro, 2011

O processo de Escrita


 É preciso entender que a escrita não nasce de um lampejo inspirado, que se derrama rápida e freneticamente em texto organizado e pronto. Não se pode mais imaginar ou querer acreditar que o escritor seja um ser especial, iluminado, como um enviado de Deus, ou aquele que tem o dom de lançar a ponte entre o mundo natural e o sobrenatural. Ou seja, esqueçamos o "gênio inspirado" - escritor não é melhor do que ninguém. Escrita é um trabalho árduo, como outro qualquer.

Tudo inicia por uma idéia que apanhamos. Onde? Em qualquer lugar. Nas coisas mais insignificantes do dia-a-dia, seja numa frase dita por alguém, num rosto visto na rua, num filme, na leitura de um livro. Ou pode surgir de um sentimento que tivemos relacionado a um acontecimento em nossa vida. Surge, assim, do que fica em nós.

Como fica, então, a inspiração? Ela vem da relação que temos com o mundo exterior. Mesmo que a intenção seja escrever sobre algo íntimo, sobre o nosso eu, certamente esse eu está sentindo e pensando em relação ao outro, ao mundo de fora.

Depois de captar a ideia inicial e de engendrar algumas diretrizes para o desenvolvimento dela, chegamos ao processo mais longo e árduo, que é a escrita propriamente. Nesse momento, recuperamos conhecimentos armazenados de diversas leituras, de aprendizados e experiências. Não é um processo consciente, embora levemos para o texto alguns procedimentos propositais, intencionais, de um conhecimento consciente. Mas grande parte do texto se escreve sozinho. É o momento em que o a escrita, a linguagem, e a organização coerente do texto ultrapassam as intenções do autor. Por isso, jamais podemos ler um texto pensando nas intenções do autor, porque o texto não é escrito apenas pela porção consciente do autor, mas por outra instância que o ultrapassa. Não podemos definir isso claramente, mas esse algo mais que surge no texto pode vir da bagagem do autorsuas experiências e conhecimentos armazenados – como isso se organizou em seu inconsciente. Ou pode vir da organização natural da própria linguagem: vivemos num mundo cultural, nascemos num mundo prontopadrões, língua e significação das palavras, cultura, hábitos sociais. Essas coisas vão além do indivíduo- porque são a formação do coletivo. E tudo isso vai se organizando no texto – o que parecia caótico, toma forma clara, coesa, organizada.

Deixamos, enfim, o texto descansar, dormir, para que nos separemos da "função-autor". Algum tempo depois, é necessário fazer uma revisão, com olhos de leitor. Trocar palavras, inserir novos eventos, tirar trechos que não combinam com a organização geral...

ORIGINALIDADE

Não existe originalidade. Devemos ter a consciência de que todas as idéias estão no ar para serem captadas por qualquer um. Pessoas em diferentes pontos do planeta podem captar as mesmas idéias, porque tudo está em inter-relação, em interdependência. Não vivemos isolados, mas fazemos parte desse texto maior, dessa organização da vida, que nos une e nos faz viver de modo integrado.

Finalizo esta reflexão, procurando mostrar que todos nós podemos escrever, pois temos condições de captar as idéias que estão no ar, combinando-as de um modo muito pessoal. O importante, apenas, é saber diferenciar as idéias boas das más, aquelas que valem a pena ser escritas, que são especiais de algum modo, que podem combinar esses elementos de um modo diferente dos demais. E, principalmente, escrever com humildade, sabendo que somos uma parte de uma rede de significações muito maior, e que a nossa criação é uma contribuição para a ordenação do mundo em que vivemos.

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  • A Demanda do Santo Graal. (Anônimo)
  • A vida e as opiniões do cavalheiro Tristam Shandy. (Laurence Sterne)
  • Ascese. (Nikos Kazantzakis)
  • Cem anos de Solidão. (Gabriel Garcia Marquez)
  • Crime e Castigo. (Dostoiévski)
  • Folhas de Relva. (Walt Whitman)
  • Húmus. (Raul Brandão)
  • Judas, o Obscuro. (Thomas Hardy)
  • Mahabharata (Anônimo)
  • Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
  • Narciso e Goldmund. (Hermann Hesse)
  • O casamento do Céu e do Inferno. (William Blake)
  • O homem que comprou a rua. (Tarcísio Pereira)
  • O Perfume. (Patrick Süskind)
  • Odisseia (Kazantzakis)
  • Odisseia. (Homero)
  • Os Cadernos de Malte Laurids Brigge. (Rainer Maria Rilke)
  • Peter Pan. (J. M. Barrie)
  • Poemas (Seferis)
  • Poemas Completos de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
  • Zorba, o grego. (Nikos Kazantzakis)

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