Mais alto subia a cada nova criação. Os primeiros sentimentos sempre lhe
acorriam como os mais inspirados. Escrever sobre os impulsos que lhe
assaltavam a alma parecera-lhe sempre a atitude mais verdadeira, fiel ao que
de fato transitava ou emanava de si. O apuro dos traços e as inscrições
posteriores suplantavam a originalidade e a fotografia do instante. Os
borrões se afundavam em uma caixa, esquecidos, para a duração da cópia, do
outro de si – do outro de fora.
E, irrefletidamente, aumentava a intensidade dos rabiscos, ora a olhar o céu,
ora ao centro, onde as chispas de ouro mais a assombravam. E o deleite do
após, com a soma das palavras, eram a pura revelação da maravilha e da
ignorância de si. Que outro habitava sua fornalha?... se o lance é imanente... e
se o evento enlaça o entorno e o remoto...
Nota do Sótão: Este é outro retalho de livro. Um livro muito querido, que pretendo terminar um dia. Texto e personagens vivem encubados em mim. Já tentei continuar, mas não encontrei a linguagem adequada.
Publicar aqui me leva a enteder o que presta e o que deve ser relegado ao báu de retalhos, que servem apenas para a posteridade.
Parei de escrever este livro pois não gostei da linguagem. Épica demais.
Mas, então, eu só sabia escrever assim.
Continuo sem saber se tem serventia ou se é puro esquecimento.
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