
O sol surgia de dentro. Demorava a esquentar, mas estourava cada membrana, cada célula.
Dina desligou com força o aparelho de som. Saltou sobre a cama e abriu os braços, fingindo ser uma artista. Porque o artista brilha e tem um sol maior, um sol de fora, que envolve todo o seu corpo. Ela não, tinha um sol de dentro que não significava nada.
E tantas e tantas vezes quis arrancar esse sol para ver se ele grudava do lado de fora! Para brilhar e ser respeitada.
Um artista pode dormir à hora em que quer, de preferência bem tarde, que a criação fica mais bonita. Pode dizer que não está afim de comer, quando está trabalhando. Pode até mesmo deixar de trabalhar na crise criativa.
O relógio atravessou a sala e o sol se escondeu. Nem artista, nem respeito. Vestiu seu uniforme e encarou a palidez do espelho. Lá fora havia sol, quando saiu. Ela nem notou. Nem notou que, ao andar, deixava um rastro amarelo e luzente atrás de si.
Dina desligou com força o aparelho de som. Saltou sobre a cama e abriu os braços, fingindo ser uma artista. Porque o artista brilha e tem um sol maior, um sol de fora, que envolve todo o seu corpo. Ela não, tinha um sol de dentro que não significava nada.
E tantas e tantas vezes quis arrancar esse sol para ver se ele grudava do lado de fora! Para brilhar e ser respeitada.
Um artista pode dormir à hora em que quer, de preferência bem tarde, que a criação fica mais bonita. Pode dizer que não está afim de comer, quando está trabalhando. Pode até mesmo deixar de trabalhar na crise criativa.
O relógio atravessou a sala e o sol se escondeu. Nem artista, nem respeito. Vestiu seu uniforme e encarou a palidez do espelho. Lá fora havia sol, quando saiu. Ela nem notou. Nem notou que, ao andar, deixava um rastro amarelo e luzente atrás de si.
Conto publicado no livro artesanal O Centauro Amarelo, 2002.
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