
Mariazinha saiu várias vezes à porta naquela noite. Não sabia porquê. Não esperava ninguém, nem mesmo a noite parecia convidativa para uma seresta. De quando em quando, abria a porta, botava a cara e guardava de novo. Nenhum ruído no perímetro. Lá fora, escuridão. Lá dentro, claridade invisível. E Mariazinha não se fartava de sair e entrar. Seus pés dançavam rapidamente pelo assoalho, aproximando e afastando-se da porta.
Aquela noite, especialmente, não havia cheiros nem brisa suave. Não havia estrelas nem lua. Só Mariazinha a abrir e fechar a porta. E abria e fechava com tanta rapidez que o escuro e o claro se deformaram, borraram e escaparam para o buraco negro do tempo.
Mariazinha ria-se, ria-se já de olhos fechados, enquanto suas mãos continuavam a expulsar o tempo daquele espaço.
Cansou-se, fechou a porta e dormiu no chão mesmo, onde estavam guardadas as estrelas que o tempo havia roubado.
Aquela noite, especialmente, não havia cheiros nem brisa suave. Não havia estrelas nem lua. Só Mariazinha a abrir e fechar a porta. E abria e fechava com tanta rapidez que o escuro e o claro se deformaram, borraram e escaparam para o buraco negro do tempo.
Mariazinha ria-se, ria-se já de olhos fechados, enquanto suas mãos continuavam a expulsar o tempo daquele espaço.
Cansou-se, fechou a porta e dormiu no chão mesmo, onde estavam guardadas as estrelas que o tempo havia roubado.
Conto publicado na obra artesanal O Centauro Amarelo, 2002.
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