Como este domingo tem 25 horas, escolho aproveitar o tempo restituído com uma pausa para a reflexão.
Quem conhece os homens é inteligente;
quem conhece a si mesmo é brilhante.
Quem vence os homens tem força;
quem vence a si mesmo é poderoso.
Quem conhece a suficiência é rico.
Quem caminha forte tem vontade;
quem não perde seu lugar é duradouro;
quem morre mas não perece tem vida longa.
Tao-Te-Ching
A anatomia humana pode nos indicar coisas interessantes. Vamos falar, por exemplo, dos olhos. Nosso campo de visão cobre cerca de 140 graus. Isso significa que mais da metade da realidade (220 graus) simplesmente não é percebida quando olhamos para a frente.
Se externamente enxergamos menos da metade da realidade, internamente os olhos não enxergam nada. Isso é óbvio, mas essa é uma constatação muito interessante. Sobre isso, os mestres orientais dizem uma frase muito profunda: “Os olhos enxergam tudo, menos os próprios olhos”. Dá o que pensar...
Os olhos só olham para fora, essa é a realidade fisiológica. Mas, psicologicamente, acontece a mesma coisa: só olhamos para fora. Estamos acostumados a só ver as coisas externas. No geral, nos preocupamos em conhecer as pessoas, seus comportamentos, suas características psicológicas e suas tendências. Isso é coisa pra pessoas inteligentes. Conhecer os outros tem a sua utilidade. É fundamental para certos profissionais, como os psicólogos, os professores e os publicitários.
Mas o fato é que poucos se preocupam em olhar para dentro de si. Por isso, quem consegue ver seu interior é uma pessoa excepcional, de visão muito especial. Isso é coisa para os sábios. Para quem reconhece a importância de se conhecer.
Conhecer a si mesmo é conhecer seus potenciais, sua força e sua essência transcendente. Também é conhecer suas limitações, seus fantasmas, seus “bichos”, seus “podres”. E apenas conhecendo o que existe dentro da gente é que somos capazes de conhecer verdadeiramente os outros. E só assim conseguimos nos superar e vencer a nós mesmos. Isso, sim, é poder.
OTSU, Roberto. O Caminho sábio. São Paulo: Editora Ágora, 2008, p. 98-99.
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Apesar do voyeurismo ser a base dos olhares hj em dia, é com olhar esse socrático que ainda procuro algumas coisas a meu respeito. :) Gde Abraço Carol.
Gostei do seu blog. Muito sofisticado e os artigos misturam prosa e poesia com muita inteligência e propriedade. Parabéns. Gostaria de reiterar o convite feito no facebook de visitar meu http://emaranhadorufiniano.blogspot.com
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Bjs!!!
Adorei o texto!Super interessante e realista, muitos deixam de olhar para dentro de si, talvez por simples e imbecil medo do próprio conhecimento.
ótimo início de semana!
wwwsinparangon.blogspot.com
Realmente, muito interessante. Justamente por não sabermos olhar para nós mesmos, acabamos só nos enxergando - muitas vezes, deturpadamente - pelos olhos alheios.
Grande abraço!
http://inutilidadesliterariaseafins.blogspot.com/
Como será o mundo de quem não vê?
É por isso que vemos o outro e nos assustamos no espelho , pois não somos como o outro nos vê.
Questões filosóficas, amiga.
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